Três anos após o lançamento do Pix pelo Banco Central (BC), o meio de pagamento instantâneo já se consolidou nos hábitos de consumo dos brasileiros, sendo amplamente adotado pelo varejo físico e digital.

Dados do próprio BC revelam que as movimentações financeiras do Pix totalizaram R$ 17,2 trilhões em 2023, aumentando 57,8% em relação ao ano anterior e atingindo um novo recorde de volume transacional.

Para continuar melhorando e desenvolvendo esse sistema de pagamento, o Banco Central conta com uma agenda de mudanças e atualizações para os próximos anos. Conheça as principais expectativas e novidades do Pix!

Pix Automático

Com lançamento previsto para outubro de 2024, o Pix Automático permitirá que os consumidores façam a autorização prévia de pagamentos recorrentes, ou seja, que acontecem em uma determinada periodicidade.

Alguns exemplos de serviços que poderão ser pagos nessa modalidade são:

• contas de luz, água, telefone e energia;
• mensalidades de escolas, cursos, academias, condomínios e planos de saúde;
• assinaturas de serviços (plataformas de streaming, clubes de assinatura, portais de notícia, softwares etc.).

A cobrança funcionará de forma similar à modalidade de débito automático, com a liquidação sendo realizada diretamente da conta bancária do cliente, sem a necessidade de autenticações manuais a cada transação.

A expectativa é que o Pix Automático ofereça mais fluidez e praticidade para os usuários, além de reduzir a inadimplência e otimizar o processo de cobrança para negócios que trabalham com o modelo de recorrência.

Canal secundário

Em outubro do ano passado, foi desenvolvido o canal secundário de transmissão de mensagens. Ele é utilizado especificamente para o processamento de pagamentos não prioritários do Pix, como é o caso de transações agendadas.

O objetivo dessa novidade na infraestrutura tecnológica do Pix é evitar a sobrecarga do sistema, que pode acontecer com o acúmulo de lotes de pagamento para um mesmo horário, por exemplo.

Dessa forma, priorizam-se transações imediatas, que realmente precisam ser liquidadas em questão de segundos.

Pix Internacional

Futuramente, o Pix poderá ser integrado a sistemas de pagamentos instantâneos internacionais. Assim, será possível realizar transações entre o Brasil e outros países, viabilizando remessas, pagamentos entre empresas e compras de bens e serviços no exterior.

Vale destacar que o Pix já foi desenvolvido seguindo padrões internacionais de comunicação, de forma a facilitar esse tipo de conexão.

Em seu Relatório de Gestão do Pix de 2023, o Banco Central afirma que já está acompanhando iniciativas desse tipo ao redor do mundo, mas ainda não há nenhum lançamento programado.

Mecanismos de segurança

As atualizações de segurança do Pix são um elemento constante da agenda de novidades do BC. No ano passado, foram anunciadas melhorias em relação às informações de segurança das chaves Pix.

A proposta é criar novos campos para aprimorar os registros de transações fraudulentas, além de reformular os dados disponibilizados na consulta de chaves ou usuários, tornando-os mais relevantes e abrangendo um maior período.

Esse último ponto visa oferecer melhores insumos para as instituições otimizarem seus mecanismos de prevenção a fraudes.

Na 20ª reunião do Fórum Pix, ainda foi debatida a possibilidade de obrigatoriedade e padronização de um canal para denúncias nos aplicativos de instituições que ofertam o Pix. Desse modo, os usuários poderão reportar casos de fraude com mais praticidade.

Pagamentos sem conexão com a internet

A realização de transações por Pix, sem que o pagador esteja conectado à internet, também está entre as possibilidades de novidades do Banco Central para o futuro — ainda sem prazos.

Essa funcionalidade trará mais comodidade para o pagamento de serviços como pedágios, estacionamentos e transporte público, mesmo em locais com limitações ou falta de conexão à rede.

Nesse sentido, o BC também destaca a possibilidade de desenvolvimento de novas formas de iniciação de pagamentos por Pix, com o uso de tecnologias por aproximação (NFC, RFID, bluetooth, biometria etc.), por exemplo.

Parcelamento no Pix

Apesar de ainda não estar na agenda oficial de lançamentos do Banco Central, o Pix parcelado já é uma solução oferecida por instituições financeiras privadas.

Dessa forma, acompanhando a evolução desse mercado, o BC pode, futuramente, criar um produto único ou definir regras padronizadas para o uso de mecanismos de garantia vinculados às transações, mitigando o risco de inadimplência.

Considerando a importância do parcelamento para o comportamento de consumo dos brasileiros, essa é uma funcionalidade que vale a pena ficar de olho nos próximos anos.

Em conclusão, várias novidades do Pix ainda não têm prazos concretos de desenvolvimento e lançamento. No entanto, o Banco Central afirma estar constantemente monitorando o mercado para lançar melhorias e mudanças no sistema.

Dessa forma, é fundamental acompanhar as novidades para manter o seu negócio por dentro das tendências de pagamento.

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